Nem tudo são flores, principalmente nas grandes corporações.





Tenho passado pouco por aqui, ando sem tempo para escrever o que gostaria... Mas enfim, vamos unir o útil ao agradável. Segue um mini texto produzido por mim sobre o documentário canadense 'The Corporation'.



 The corporation – A Corporação, direção de Mark Achbar e Jennifer Abbott, roteiro adaptado por Joel Bakan. Produzido no Canadá em 2004.

Documentário, fundamentado no livro  de Joel Bakan - The Corporation: The Pathological Pursuit of Profit and Power, no qual tratasse de uma crítica ao universo das grandes corporações. O longa-metragem buscou evidenciar a evolução do caminho traçado pelas grandes corporações através da degradação da natureza, dos impactos e viscerais mudanças no meio social, principalmente na qualidade de vida das pessoas. È exposto desde a formação da corporação moderna em 1712, de como elas foram criadas com desígnio de “presente do novo para servir o bem público” e como ela se subverteu a esse ideal se transformando na instituição dominante no mundo. O documentário explica que as corporações inicialmente eram apenas associações de pessoas, confiada pelo Estado para realizar alguma função específica, além de estarem sob forte vigília do mesmo que as obrigava a possuíam extremante claro em seus estatutos sua principal função, o tempo que utilizaria operante e quanto dinheiro deveriam ser gasto nos atos, e por essa característica, ainda no século XVI o numero desses grupos era substancialmente mínimo, que foi apenas a partir da necessidade histórica de expansão econômica decorrentes da época que proporcionou o surgimento de mais grupos de associados que viram na progressão da decisão judicial constituinte, a 14ª emenda da constituição norte-americana que visava abonar os direitos de igualdade aos povos, na qual estava escrito que nenhum Estado poderia tirar a vida, a liberdade, ou a propriedade sem estar amparada a um processo legal. Garantindo assim, direitos iguais às pessoas negras e protegendo os escravos recém liberto a brecha que lhes resultaria em ganho de poder, pois a mesma se considerava “pessoa”, pessoa jurídicas.

De acordo com a constituição, as corporações são consideradas como pessoas, uma vez que elavas podem vender comprar, alugar, emprestar e tantas outras atuações no mercado como toda e qualquer pessoa física. Mas que nesse caso, elas não possuem corpos físicos ou almas, mesmo uma corporação é fruto de uma união de pessoas físicas, interesses e posições individuais, mas que não surge nela à adesão de desejos individuais, a corporação segue em sua existência, atuando em prol de um único desejo e objetivo, o de garantir o lucro máximo em um menor custo de produção mesmo que isso se ponha em risco o bem-estar comum de toda a coletividade humana.

O documentário examina os pretextos e os efeitos das ações das corporações apontando suas principais características e construindo um perfil das grandes corporações vigentes no mundo, de como esses grupos associativos apresentam os sintomas psiquiátricos da psicopatia como;
1.    Indiferença com os sentimentos alheios,
2.    Incapacidade de manter relações humanas,
3.    Indiferença com a segurança alheia,
4.    Mentir continuamente para alcançar lucro,
5.    Incapacidade de experimentar culpa e incapacidade de se adaptar às normas sociais e respeitar a lei.

Pois essas “corporações são como tubarões. Têm objetivos bem definidos, são frias e não param enquanto não atingirem suas metas. O problema é que sua fome é incessante e, portanto, promovem mortes e desgraças sem que tenhamos qualquer ideia quanto a se isso irá parar algum dia.”, uma das metáforas usadas por um dos entrevistados que simboliza bem o caráter nocivo dessas instituições que tem como único objetivo maximizar a riqueza dos seus acionistas, produzindo lucros crescentes ao longo do tempo.

No mundo das grandes corporações não importa o meio ambiente, nem tão pouco a saúde dos seus consumidores, da qualidade dos produtos e serviços que elas nos oferecem, elas permutam apenas o rendimento do trimestre e o resto é jogado a conta da “externalidades”, como é mostrado no documentário o caso alguns fabricantes de leite dos EUA que aplicavam uma substância química – Porsilac, nas vacas para aumentar a produção de leite, a qual a mesma causa dores e doenças para os animais que por sua contaminava os produtores produzidos com bactérias que futuramente serão prejudiciais à saúde humana. Elas sabem e reconhecem esse problema, mas delegam como uma coisa a ser solucionadas por outros.
Está comprovado que o descaso com a vida seja humano ou animal pelas indústrias de grandes corporações são causadores e responsáveis por uma série de epidemias, como por exemplo, o crescente número de pessoas com câncer hoje no mundo.

Por fim, o documentário deixa claro que preocupação com as pessoas, ecossistemas e conservação do planeta ainda é estreitamente limitado no universo corporativo, essa ainda tem essa perfil psicopata que age como se fosse um assassino frio, que mata vagarosamente sua vítima visando exclusivamente benefício imediato, mesmo sabendo que tal comportamento poderá velar esse sistema a falir e exaurir e primeira e única meta que as mantém ativas. Surge assim, importância da ética para o bem funcionamento e conservação futura da organização do dispêndio de força do humano e do planeta, que levar em conta as questões morais para decidir qual o melhor caminho a seguir, é única solução.


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